Nos “redondos vocábulos” de hoje (“Público” de 25 de Março), Helena Matos inclui “pedofilia” (os outros são “Icebergue”, “Igualdade”, “Inverdades”, “Números”, “Problemático” e “Tecnológico”). Trata-se de uma crítica à distorção do significado e ao abuso destas palavras na comunicação social. Escreve a cronista:
“Pedofilia – Nesta terminologia, a pedofilia é um crime hediondo quando praticado por sacerdotes católicos e o encobrimento dos autores destes actos por parte do Vaticano merece toda a condenação. Se os autores dos actos pedófilos foram políticos, e muito particularmente políticos que saibam esgrimir com perícia os redondos vocábulos, deixa de ser adequado usar o termo pedofilia. Estamos perante casos prescritos, coisas que não interessam ou, no limite, cabalas. Por fim, se for praticada por artistas, a pedofilia deixa de ser crime, tornando-se num detalhe sem relevância no percurso sempre notável do dito artista”.
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