terça-feira, 17 de novembro de 2009

A influência dos evangelhos no processo “Face Oculta”

Os evangelhos dizem que o que se diz às escuras há-de ser redito à luz do dia e o que se diz ao ouvido há-de ser proclamado sobre os terraços.
Não sei se os envolvidos no caso “Face Oculta” conhecem o preceito. Mas não é assim tão irrelevante, pois, falando ao ouvido, foram escutados. E o primeiro-ministro foi apanhado nas escutas. E agora nem a Procuradoria da República nem o Supremo Tribunal sabem o que saber das escutas. Talvez ainda venham parar à estampa dos jornais, versão moderna dos terraços, cumprindo o tal versículo.
Porém, os evangelhos já têm servido para abordar o caso na imprensa. O “Público” de hoje diz que há um “milagre da multiplicação” das certidões. Independentemente do que significa “certidão” na linguagem jurídica (o processo penal é muito bom para dar emprego aos especialistas em Direito e mau para o cidadão comum, que não tem nenhum doutoramento em Leis e, muito legitimamente, só quer é saber se são culpados ou inocentes, coisa que a névoa jurídica parece pretender evitar), noto que passaram de nove para 12, e continuam a aparecer. Uma das certidões está acompanhada de 146 CD. É muita conversa. Mas ninguém sabe ao certo quantas são. As contagens variam de organismo para organismo. Por isso, o “Público” (página 3 na edição em papel) diz que há um “milagre da multiplicação” das certidões.
Já no "Diário de Notícias", João Miguel Tavares escreve: “Sejamos cristalinos: acreditar que Jesus Cristo andou sobre as águas exige menos fé do que acreditar que as conversas entre Sócrates e Vara têm a inocência de um episódio da Abelha Maia” (aqui).

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