sábado, 10 de outubro de 2009

A reforma de Zuínglio

Operando na Suíça, Zuínglio foi reformador ao mesmo tempo que Lutero e, em certos aspectos, até o antecedeu. Teve disputas com o reformador alemão, nomeadamente sobre a presença real de Cristo no pão e no vinho. Lutero aceitava-a enquanto Zuínglio dizia que era simbólica. Este aspecto foi um ponto de conflito entre luteranos e reformados até 1973, quando “a concórdia de Leuenberg, ratificada pela maioria das Igrejas das duas traduções, reconheceu a plena comunhão entre luteranos e reformados” (Jean Delumeau, “As grandes religiões do mundo”).

No ano em que Lutero publicou as 95 teses, 1517, Zuínglio, que era padre, lê a tradução latina do Novo Testamento de Erasmo (o “Novum Instrumentum”), e escreve: “Vi a necessidade de deixar de lado todos esses ensinamentos humanos e aprender a doutrina de Deus directamente da sua própria palavra”. Entretanto já tinha tido um caso com a filha do barbeiro de Einsiedeln.

Em 1518 é nomeado “sacerdote do povo” para a catedral de Zurique. Nesse templo pode-se ler: “A reforma de Ulrich Zuínglio começou aqui no dia 1 de Janeiro de 1519”.

No entanto, é após o debate de 1523 que Zurique se torna a primeira cidade reformada ao adoptar as 67 teses de Zuínglio: são abolidas as taxas de baptismo e de sepultura, é proibido o uso de imagens e relíquias, padres, monges e feiras podem casar, proclama-se a autoridade das escrituras, o domínio de Cristo sobre a Igreja, o sacerdócio dos fiéis, a salvação pela graça.

Entretanto, Zuínglio e os seus seguidores perseguem os anabaptistas. Um deles, Felix Manz, é afogado, na sequência do decreto do Conselho da cidade de Zurique que autoriza a execução de anabaptistas (1526).

Zuínglio morreu aos 47 anos, num combate entre cantões adeptos da reforma e cantões católicos. A sua herança é assumida pelos calvinistas. Foi com Zuínglio que entrou o termo "reforma" e "igreja reformada" ("protestantes" ficou para Lutero e os príncipes alemães).

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