“Na minha ideia, esta progressão da ruína para a correcção está intimamente relacionada com a natureza do próprio conhecimento, que é, quanto muito, um processo: da ignorância para a consciência, da «ruína» intelectual para a sua «correcção», do caos indistinto para um estudo ordenado. O conhecimento, portanto, engloba ao mesmo tempo o ponto inicial, que é vazio, prejudicial, doloroso, e o ponto final, que é prazer. Na minha ideia, é esta qualidade do processo, do desenvolvimento, que só pode ocorrer ao longo do tempo, que responde, finalmente à pergunta por que razão o conhecimento tem de vir de uma árvore. Porque uma árvore é uma coisa que cresce; e o crescimento, como a aprendizagem, só pode acontecer ao longo e através do próprio tempo. De facto, fora do meio que é o tempo, palavras como «crescer» e «aprender» não podem ter qualquer significado”.
Daniel Mendelsohn, in "Os Desaparecidos", pág. 77.
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