No P2 do "Público" de hoje, Pedro Mexia escreve sobre Mike Biongiorno, um italo-americano apresentador de televisão, conhecido pelas suas “gaffes” e protótipo do “homo televisivus”. Morreu no dia 8 de Setembro deste ano. Sobre Mike Bongiorno há um ensaio de Umberto Eco, citado por Mexia (“Fenomenologia de Mike Bongiorno”, no “Diário Mínimo”). Escreve Eco em 1961, conforme cita Mexia: “A situação nova que se coloca a respeito da TV é esta: a TV não oferece, como ideal para o ensimesmamento do indivíduo, o superman, mas sim o everyman. A TV apresenta como ideal o homem absolutamente mediano”.
É elucidativo sobre a época em que vivemos, em que a comunicação “mais do que instrumental” é “ambiental”, como afirmou D. Manuel Clemente nas recentes jornadas de Fátima dos meios de comunicação de inspiração cristã.
E agora a pequena história
Em Mike Bongiorno as gaffes eram abundantes. “Não se envergonhava da sua ignorância, fazia gala de não aprender nada e multiplicava os erros embaraçosos em directo e ao vivo”, diz Mexia. E destaca este: “O apresentador leu mal «Paolo VI» e confessou de imediato que não fazia ideia quem fosse esse sujeito, o senhor Paolovi”.
[Como o colunista do "Público", também eu pensava que Mike Biongiorno era uma figura ficcional, à semelhança do albanês Milo Temesvar dos “Apocalípticos e Integrados”, que não existe, mas fez editores e críticos procurarem “espasmodicamente” as suas obras, como afirma o próprio Eco].
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