Mesquita de Lisboa
O Diário de Notícias de ontem publicou uma reportagem de Fernanda Câncio sobre como quatro portugueses vivem a sua fé muçulmana em Portugal (aqui).
As vivências religiosas são sempre subjectivas, mesmo que comunitárias. E cada pessoa é um mundo. Mas o que uma das protagonistas da reportagem diz não é de maneira nenhuma uma imagem correcta do cristianismo, ainda que socialmente muitos pensem do mesmo modo. Haverá religião mais escrutinada, mas raciocinada, mais interrogada, mais fundamentada do que o cristianismo?
Diz-se quase logo no início da reportagem:
«"A religião que pertence ao cristianismo e na qual eu estava era muito castradora, era a religião do 'não podes', e quando eu perguntava porquê era uma questão de fé, não havia explicações. Na religião islâmica há regras, mas davam-me respostas quando perguntava porquê." E o que é ser muçulmana, o que é que isso a faz sentir. "Aproximou-me mais de Deus..." Hesita. "É uma forma de sentir alguém com quem possa ter uma relação de pedir conselhos, pedir ajuda - é um grande amigo, um pai." Um pai silencioso? "Não fala comigo mas dá respostas"».
Parafraseando um título dos anos 70, muitos cristãos (ou ex-cristãos) não crêem num cristianismo em que também eu não creio.
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