Esta semana o historiador fala do oratório (um móvel em forma de “grande armário”, diante do qual os católicos goeses entoaram ladainhas na oitava de Santa Ana, no dia 2 de Agosto) e dos próprios católicos goeses. Não é a primeira vez que fala deles. Aprecio a seriedade com que escreve sobre a religião.
No texto desta semana diz que a cultura católica goesa está a morrer, o que significa que a cultura indo-portuguesa está perto do fim. Desvanece-se “na penumbra da história”. Afirma:
“Pesa sobre os católicos de posição social mais elevada – os pobres, felizmente, não pensam nisso – a culpa de se terem convertido, há séculos, ao catolicismo, e de o serem ainda, muitos deles.
Os católicos seriam a classe dominante, indignos de interesse, até mesmo académico. Mas hoje são uma minoria, tantas vezes acossada, certamente incompreendida. A sua existência, tanto no passado como hoje, causa embaraço a todos os que gostariam de ver um mundo mais a preto e branco, colonialistas de um lado, indianos de outro, dominadores de um lado, dominados de outro. São estes, os do mundo a preto e branco, indianos e portugueses, que deixam morrer a cultura indo-portuguesa na culpa e no silêncio”.
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