No “Público” de hoje (secção “Pessoas”). Copio integralmente:
“Pedro Almodóvar lançou um repto ao Papa: saia do Vaticano, ande por aí e veja como é a família dos nossos dias. Pais separados, travestis, transexuais, freiras doentes de sida, todos eles entram no que é a família hoje, acrescentou o realizador espanhol numa entrevista ao semanário alemão Die Zit, acompanhando a estreia do seu último filme na Alemanha. Almodóvar adianta que considera uma loucura o Papa não reconhecer o modo coo vivem milhões de pessoas”.
É sempre edificante dar conselhos ao Papa. A pretensão de qualquer um dar conselhos ao Papa, mesmo que seja realizador reconhecido (e este blogue não pode dizer que num momento não tenha sido tentado por essa pretensão ao sugerir potenciais incoerências entre o cardeal Ratzinger e Bento XVI, ainda que não tenha o desejo ou a ilusão de algum dia vir a ser lido por um vaticanense qualquer), revela o que no fundo esse opinador pensa sobre o papel do Papa (que é de suma importância) e sobre si próprio (que a sua visão do mundo é mais privilegiada ou mais consentânea com a realidade do que quem está no Vaticano e no topo da hierarquia). Num fundo, sente-se pelo menos um bocadinho Papa. Um papinha, digamos assim.
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