segunda-feira, 8 de junho de 2009

Série de patifarias


J. A. Azeredo Lopes, presidente do conselho regulador da ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social), no “Público” de hoje escreve uma crónica que começa assim: “Quase todos conheceremos, suponho, a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32), das mais difíceis de «aceitar» à luz de critérios puramente racionais. Na verdade, por que motivo tanta alegria por uma boa acção conseguir apagar, de uma penada, uma série de patifarias? Talvez seja essa, admito, a grandeza da mensagem”.

Com este texto, Azeredo Lopes quer atingir José Pacheco Pereira, habitual crítico da ERC. Li por alto o texto do presidente da ERC e não encontrei mais nada de interessante para referir aqui. Mas é suficiente o que diz da parábola. “Tanta alegria… por… uma série de patifarias…” É a alegria de Deus não pelas patifarias, mas pelo regresso dos humanos. Tem toda a razão. Vai contra os critérios racionais.

O pai, que para correr em direcção ao filho tem de levantar a túnica e mostrar os pés, torna-se motivo de troça. “Olha o Sr. Fulano de Tal a mostrar os pés, os tornozelos… Que vergonha. E ainda por cima vai fazer uma festa ao filho que tanto o desonrou”. O filho que regressa ao pai. O filho que inverte o caminho de autodestruição. O pai que aguarda e recompensa o filho. O irmão invejoso (e justo). Os critérios racionais esgotaram-se na atitude do filho querer a herança em vida. Nada mais lógico. “Agora é que preciso da herança”. A partir daí tudo é graça. E a graça não é necessariamente racional.

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