Na montanha de Viñh Phú, num dia de chuva, tive de cortar lenha. Perguntei ao guarda:
- Posso perdir-lhe um favor?
- O que é? Eu ajudá-lo-ei.
- Queria cortar um pedaço de madeira em forma de cruz.
- Você não sabe que é severamente proibido ter qualquer símbolo religioso?
- Eu sei. Mas somos amigos, e prometo escondê-la.
- Seria extremamente perigoso para nós os dois.
- Feche os olhos, farei agora e serei muito cauteloso. Vá andando e deixe-me só.
Talhei a cruz e conservei-a escondida num pedaço de sabão até à minha libertação. Com uma moldura de metal, esse pedaço de madeira tornou-se a minha cruz peitoral.
Francisco Van Thuan in “Cinco pães e dois peixes”, Ed. Paulinas, pág. 55-56
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