domingo, 6 de julho de 2014

Sim, porquê?

Por que razão o baptismo é o rito que menos sofre com a crise da fé?

13 comentários:

Miguel disse...

Enquanto a superstição e os condicionamentos do status social, se impuserem como valores que se colocaram acima de uma razão bem educada e formada na fé, as estatísticas dos “baptismos” podem oscilar, mas não faltará material para as ir mantendo ativas!

Sejamos honestos! Os números estão lá, é um facto, mas eles referem-se a quê: a um Sacramento, ou a mais um ritual a somar a outros tantos que vão alimentando esses folclores lá da terra, a ver quem vai mais bem vestido e quantos convidados leva!

E digo isto com conhecimento de causa! Orientei muitas dessas formações, para padrinhos e pais, (eram obrigatórias para poderem batizar as crianças), e nem me atrevo a colocar aqui as muitas respostas que recebi quando os questionava das razões que os tinham trazido até ali, e porque queriam que os filhos fossem baptizados! Vou poupar-vos às respostas! E melhor não falar no dia do baptismo, alguns nem sequer sabiam fazer o gesto da cruz! Quanto aos padrinhos, que supostamente iam assumir o caminho da Fé das crianças, há largos anos que não pisavam o solo de uma Igreja! Resumindo: era raro encontrar ali, (foram poucos), quem estivesse consciente e minimamente preparado para dar esse passo no caminho da Fé!

Estatísticas!

Miguel disse...

Bom, antes que caia por aqui alguma “trovoada”, é bom esclarecer a outra face da questão que vem por arrasto no tema exposto:

Na verdade, não é porque alguém sabe executar o gesto do sinal da cruz, ou tem o cartão completamente picado das presenças nas missas, não será isso, que irá permitir aferir com alguma “segurança”, da capacidade de levar a bom termo, o caminho deste Sacramento! Infelizmente, a realidade daquilo que vai acontecendo em muitas comunidades cristãs, sobretudo na área dos comportamentos e acções, vai desmontando facilmente esses argumentos que têm servido como pontos “seguros” de referência, para aqueles que assumem a responsabilidade de ceder ou negar o Sacramento ao outro!

Voltando às estatísticas! Não à volta a dar-lhe! Quando se cede à pressão dos números, o resultado será sempre uma mentira!

Anónimo disse...

Bem falado!

Anónimo disse...

Pois.

Há também o facto de porventura haver mais hereges do que apóstatas, isto é, mais cristãos em desacordo com certos pontos dogmáticos e doutrinais do que renegando Cristo ou Deus ou, se preferirmos, a doutrina católica no seu todo. E o baptismo é o sacramento de base, de conversão a Cristo. Penso que é por isso que é inter-denominacional, quero dizer, a Igreja Católica reconhece como válido o baptismo de ortodoxos, assim como o de certas igrejas protestantes.

alexandre

Miguel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel disse...

Pois… a “equação” é simples, meu caro Alexandre! È que o fruto tem sempre a ver com a qualidade do terreno e tb dos ambientes envolventes! E ainda assim, mesmo sendo um fruto “mirrado” e com pouco “sumo doutrinal”, a verdade é que este não deixa de ser objecto de cobiça, para encher a mesa das estatísticas de alguns “proprietários” desses “quintais”, que se proclamam também “donos” da vida dos homens que por ali trabalham ou passam como simples peregrinos, (incluindo os hereges)!

Apraz-me constatar!!! que mesmo “hereges”, o Sacramento, também nestes, pode continuar a ser, e é-o de facto, a única “base de conversão” a Cristo, o que acaba por atestar, a não necessidade de fidelidade a uma doutrina religiosa, para que possa dar-se o acontecimento da Conversão, que leva depois ao seguimento de Cristo, abrindo espaço a escolhas, que por suposto, irão incluir muitas rejeições desse e de outros alimentos doutrinais, que não passam por ser também pedaços do mesmo fruto, que foi semeado e recolhido, na terra dos homens!

A afirmar-se o contrário, não se entenderia então, porquê agora esse “acolhimento/hospitalidade” de doutrinas estranhas, (ortodoxos e certas igrejas protestantes), nessa grande “quinta religiosa”, cujos proprietários, afirmam com todas as suas convicções, serem os únicos detentores do fruto doutrinal verdadeiro! Não eram também esses agora novos “inquilinos”, os hereges de outrora! Pois, meu caro… Metamorfoses… difíceis de aceitar, mas tão fáceis de compreender! A era dos camaleões, entrou com pujança, nos nossos ambientes religiosos! Haja Deus!

Miguel disse...

Caro Alexandre... doutrinas humanas, produzirão sempre frutos que carregam anticorpos inerentes à condição humana, fervorosamente “sulfatados” pelas ideias pessoais de um Deus de alguns cuidadores da vinha, e que resultarão sempre num combate interior, onde restará apenas duas saídas:

A de conformar-se o fruto, dando-se por vencido, tornando-se assim num “fruto transgénico”, ou a do reagir, mesmo que dessa luta resulte um fruto muito fragilizado, mas anda assim fruto genuíno que não pretende escapar através de camaleonismos doutrinais, à sua condição humana, mesmo que ao olhar dos “puros”, apenas caiba numa dessas caixas etiquetadas com a marca de fruto “herege”!

Meu caro, felizmente que o Sacramento é dom de Deus, não é propriedade dos homens, e Ele dá a quem quer, como quer e onde quer! Essa coisa das portagens doutrinais, onde se pagam as (etapas dos sacramentos), para aos olhos dos homens se conseguir atingir a Graça divina, não é mais do que simples linguagem dos homens, que necessitam tanto da Graça, como qualquer outro ser humano.

As cercas que rodeavam a "quinta", e essas “autoestradas doutrinárias”, há muito que foram derrubadas pela Cruz... agora, já não há mais espaço para “donos da vinha” ou para "portageiros", mas apenas para simples irmãos iguais e amados da mesma forma e medida, aos olhos de Deus!

Miguel disse...

Mea culpa. A pressa dá sempre mau resultado! Tem a ver com um erro que me passou despercebido, quando escrevi no comentário das 5:37 da tarde:

…apraz-me constatar!!! que mesmo “hereges”, o Sacramento, também nestes, pode continuar a ser, e é-o de facto, a única “base de conversão” a Cristo…!

Não, o Sacramento não é a /única base de conversão/… até porque não há espaço para este Sacramento, se não houver antecipadamente conversão! È esta que depois vai criar no homem a necessidade do Sacramento, seja por razões de compromisso com o caminho de Cristo, seja por razões que têm a ver com testemunho público e por aí adiante…!

Certamente que a base da iniciação à vida cristã, aí sim, começa com este Sacramento do Baptismo…! Outra questão que vem por arrasto e que se levanta aqui, é o tema do baptismo de crianças, mas não entrarei agora por aí…!

Peço desculpa pelo erro…!

Anónimo disse...

"As cercas que rodeavam a "quinta", e essas “autoestradas doutrinárias”, há muito que foram derrubadas pela Cruz... agora, já não há mais espaço para “donos da vinha” ou para "portageiros", mas apenas para simples irmãos iguais e amados da mesma forma e medida, aos olhos de Deus!"

Percebo, e há algo disto na ruptura cristã.
Mas não me parece assim na maioria das denominações cristãs, com especial ênfase hierárquico, sacerdotal e doutrinal na Igreja Católica.
É aliás assaz curioso, do ponto de vista social e religioso.

alexandre

Anónimo disse...

O que é a fé? É aquela exposição que brilha lá no Palácio da Cidadela em Cascais? A fé são o ouro, as pedras peciosas e a prata?

Miguel disse...

Quantos pães se comprariam com uma dessas peças! O que aquela exposição expõe na verdade, é o brilho da vaidade e egoísmo humano, 11:09 da tarde!

Anónimo disse...

Precisamente Miguel! Penso o mesmo.

Anónimo disse...

O caricato nessa exposição é que vai totalmente contra o que prega o Papa Francisco.

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