quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Barretes amarelos


Conde de Oeiras

Apócrifa ou não, num livro que ando a ler sobre a Inquisição [“A Inquisição. O Reino do Medo”, de Toby Green, na Presença], volto a encontrar esta história:
Diz-se que, em 1773, [o Marquês de Pombal] ficara irritado com uma proposta de D. José I; tal como os reis que o antecederam e os que se lhe seguiram, sugerira que quem tivesse antepassados judeus devia usar um barrete amarelo. Uns dias depois, Pombal entrou no paço real com três barretes debaixo do braço. Como era de prever, D. José mostrou-se admirado e perguntou para que serviam; Pombal respondeu que estava apenas a obedecer às ordens reais. «Mas por que me trazeis três?», teria perguntado D. José, ao que o ministro respondeu: «Um é para mim, outro para o inquisidor-geral e o terceiro é para o caso de Nossa Majestade desejar cobrir a cabeça».

3 comentários:

Anónimo disse...

A Inquisição foi e será sempre a MAIOR das muitas vergonhas da Igreja. Como é possível uma Igreja que se auto-denomina Santa, ter feito semelhante perversidade?

Jorge Pires Ferreira disse...

Caro amigo, não creio que seja a maior das vergonhas da Igreja. Antes fosse. Está claramente sobrevalorizada. Infelizmente há maiores.

Procópio Banana disse...

O terceiro barrete amarelo para o rei significa que o próprio rei, como descendente do 1º duque de Bragança, também tem sangue judeu, já que tem origem num filho bastardo de D. João I e numa judia da Guarda.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

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