sábado, 14 de julho de 2012

Madres da Igreja, o livro


Alguém que traduza e publique em Portugal

Foi publicado nos EUA um livro sobre as “Mães da Igreja”, ou seja, as mulheres cristãs, das quais se conhece alguma coisa, do tempo dos Padres da Igreja. O título é “Mothers of the Church: The Witness of Early Christian Women”. Os autores são Mike Aquilina e Christopher Bailey. Tive conhecimento do livro por ter lido aqui que
é um livro tremendamente bom e preenche uma importante lacuna – aqui temos um livro que se centra na influência de importantes mulheres cristãs.
A obra
destaca o fato de que o cristianismo provocou um reconhecimento revolucionário da dignidade das mulheres. Dito de forma mais simples, filhas mulheres eram frequentemente descritas como um fardo. Uma análise cuidadosa da sociedade greco-romana revela que muitas bebês meninas eram simplesmente descartadas ao nascer, entregues à morte nos esgotos.
Sobre a condição da mulher desses tempos, vale a pena recitar uma carta de um tal Hilarion, homem de negócios, escrita à sua mulher grávida:
Saiba que eu ainda estou em Alexandria. E não se preocupe se todos voltarem e eu permanecer em Alexandria. Eu peço e imploro que você cuide bem do nosso filho bebê, e assim que eu receber o pagamento, vou enviá-lo para você. Se você der à luz uma criança [antes de eu chegar em casa], se for um menino, fique com ele; se for uma menina, descarte-a.
O cristianismo, como é sabido, mudou este panorama.

Na Amazon pude ler o índice e algumas páginas. Registo as figuras femininas abordadas:

- As santas mulheres do Novo Testamento;
- Mártires e heroínas: Tecla, Perpétua e Felicidade, Blandina, Agnes de Roma;
- Poetisas e pensadoras: Macrina, a poetisa Proba, Marcela, Paula e Eustáquia, Mónica;
- Mulheres independentes: Helena, Olímpia, a viúva Proba e a peregrina Egéria.

Já agora, quais destas eram conhecidas dos leitores?

Eu conhecia Tecla (algo venerada no norte de Portugal), Perpétua e Felicidade, das ladainhas e do cânone romano (pouco usado nas missas), Mónica, mãe de santo Agostinho, Helena, mãe de Constantino (suponho que é esta), a viúva Proba, referida por Bento XVI na “Spe Salvi”, e a peregrina Egéria. Quanto a leituras, só li excertos da peregrinação que Egéria fez à Terra Santa.

Parece que o livro vale principalmente pelos textos dos Padres da Igreja que falam destas mulheres, já que só duas ou três deixaram efetivamente textos.

7 comentários:

Anónimo disse...

Jorge: se desejar encaminho-lhe mais bibliografia sobre tão interessante assunto. Eu mesmo tenho dois livros assaz fascinantes sobre o mesmo.

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

Encaminhe, Fernando Assaz d'Costa, encaminhe...

Jorge Pires Ferreira disse...

Caro Fernando, quero sim. Neste espaço, já que outro leitor também quer, ou para o meu mail pessoal, faça favor. (E vou já responder-lhe sobre as minhas fontes para o humor vaticanês.)

Anónimo disse...

Olha esta... alguém a chamar-me Assaz (nome do presidente Sírio). Mas olhe que se engana. Não sou xiita. Nem sírio.

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

Não é xiita nem sírio, mas os seus comentários são sempre ASSAZ... fascinantes!

Anónimo disse...

Incha Fernando! Vens para aqui armar-te em sabichão e nem sabes que o presidente da Síria é Assad e não Assaz.

Unknown disse...

Ao anónimo das 7:32: tem toda a razão. Enganei-me ao confundir Assaz com Assad. A pressa tem estas coisas. Por outro lado não preciso de inchar muito mais. Já sou bem gordinho e, assim, formosinho. Mas obrigado pela sua preocupação com a minha beleza.

Fernando d'Costa

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...