quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Libertação", opinião de Deusdado sobre as mulheres nas religiões

A opinião de Daniel Deusdado no JN de hoje sobre a injustiça milenar que as mulheres sofrem nas religiões. No cristianismo deveria ser diferente. Mas no catolicismo não é.

13 comentários:

Anónimo disse...

Cidade do Vaticano, 05 abr 2012 (Ecclesia) - Bento XVI criticou hoje no Vaticano os subscritores do “apelo à desobediência”, promovido por padres austríacos, que acusou de realizar um gesto "desesperado" e contrário aos interesses da Igreja.

“Não anunciamos teorias nem opiniões privadas, mas a fé da Igreja da qual somos servidores”, frisou, na homilia da Missa Crismal a que presidiu, na Basílica de São Pedro, perante cerca de 1600 sacerdotes da Diocese de Roma.

O Papa reafirmou as “decisões definitivas do magistério” católico, aludindo especificamente à questão relativa à ordenação sacerdotal das mulheres, “a propósito da qual o beato Papa João Paulo II declarou de maneira irrevogável que a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para o fazer”.

Na celebração que deu início à Quinta-feira Santa, no Vaticano, Bento XVI admitiu que a Igreja vive numa situação “muitas vezes dramática”, mas sublinhou que a desobediência não é “um caminho” para a renovar a Igreja.

O “apelo à desobediência”, a que o Papa se referiu, foi lançado em 2011 por cerca de algumas centenas de padres na Áustria, com o apoio do movimento ‘Nós Somos Igreja’, e tem-se alargado a outras nações.

O documento exige o fim do celibato obrigatório, a ordenação sacerdotal de mulheres, a ordenação sacerdotal de homens casados na Igreja de rito latino, a comunhão para os divorciados em segunda união e um maior protagonismo para os leigos, entre outras questões.

Para Bento XVI, não é possível “dar crédito” aos autores deste apelo quando dizem que “é a solicitude pela Igreja que os move, quando afirmam estar convencidos de que se deve enfrentar a lentidão das instituições com meios drásticos para abrir novos caminhos, para colocar a Igreja à altura dos tempos de hoje”.

O Papa voltou a questionar se a desobediência “será verdadeiramente um caminho” a seguir para “uma verdadeira renovação”, ou se, pelo contrário, não é apenas “um impulso desesperado de fazer qualquer coisa”, de transformar a Igreja segundo desejos e ideias pessoais.

“Deus não olha para os grandes números nem para os êxitos exteriores”, assinalou.

Neste contexto, Bento XVI pediu que os padres sejam “homens que atuam a partir de Deus e em comunhão com Jesus Cristo”, o que, do seu ponto de vista, exige duas coisas: “Uma união íntima, mais ainda, uma configuração a Cristo e, condição necessária para isso mesmo, uma superação de nós mesmos, uma renúncia àquilo que é exclusivamente nosso, à tão falada autorrealização”.

A homilia papal deixou ainda preocupações com o “analfabetismo religioso” que cresce no meio da atual sociedade e com “as pessoas que, relativamente à verdade, se encontram na escuridão”.

“Enquanto sacerdotes, preocupamo-nos naturalmente com o homem inteiro, incluindo precisamente as suas necessidades físicas: com os famintos, os doentes, os sem-abrigo; contudo, não nos preocupamos apenas com o corpo, mas também com as necessidades da alma do homem”, explicou.

Durante a celebração foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, os quais serão levados esta tarde pelos padres de Roma para todas as paróquias, onde são utilizados na celebração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem e Unção dos Doentes.

Os cardeais, bispos e padres presentes renovaram as promessas feitas na sua ordenação sacerdotal.

Anónimo disse...

Cidade do Vaticano, 05 abr 2012 (Ecclesia) - Bento XVI criticou hoje no Vaticano os subscritores do “apelo à desobediência”, promovido por padres austríacos, que acusou de realizar um gesto "desesperado" e contrário aos interesses da Igreja.

“Não anunciamos teorias nem opiniões privadas, mas a fé da Igreja da qual somos servidores”, frisou, na homilia da Missa Crismal a que presidiu, na Basílica de São Pedro, perante cerca de 1600 sacerdotes da Diocese de Roma.

O Papa reafirmou as “decisões definitivas do magistério” católico, aludindo especificamente à questão relativa à ordenação sacerdotal das mulheres, “a propósito da qual o beato Papa João Paulo II declarou de maneira irrevogável que a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para o fazer”.

Na celebração que deu início à Quinta-feira Santa, no Vaticano, Bento XVI admitiu que a Igreja vive numa situação “muitas vezes dramática”, mas sublinhou que a desobediência não é “um caminho” para a renovar a Igreja.

O “apelo à desobediência”, a que o Papa se referiu, foi lançado em 2011 por cerca de algumas centenas de padres na Áustria, com o apoio do movimento ‘Nós Somos Igreja’, e tem-se alargado a outras nações.

O documento exige o fim do celibato obrigatório, a ordenação sacerdotal de mulheres, a ordenação sacerdotal de homens casados na Igreja de rito latino, a comunhão para os divorciados em segunda união e um maior protagonismo para os leigos, entre outras questões.

Para Bento XVI, não é possível “dar crédito” aos autores deste apelo quando dizem que “é a solicitude pela Igreja que os move, quando afirmam estar convencidos de que se deve enfrentar a lentidão das instituições com meios drásticos para abrir novos caminhos, para colocar a Igreja à altura dos tempos de hoje”.

O Papa voltou a questionar se a desobediência “será verdadeiramente um caminho” a seguir para “uma verdadeira renovação”, ou se, pelo contrário, não é apenas “um impulso desesperado de fazer qualquer coisa”, de transformar a Igreja segundo desejos e ideias pessoais.

“Deus não olha para os grandes números nem para os êxitos exteriores”, assinalou.

Neste contexto, Bento XVI pediu que os padres sejam “homens que atuam a partir de Deus e em comunhão com Jesus Cristo”, o que, do seu ponto de vista, exige duas coisas: “Uma união íntima, mais ainda, uma configuração a Cristo e, condição necessária para isso mesmo, uma superação de nós mesmos, uma renúncia àquilo que é exclusivamente nosso, à tão falada autorrealização”.

A homilia papal deixou ainda preocupações com o “analfabetismo religioso” que cresce no meio da atual sociedade e com “as pessoas que, relativamente à verdade, se encontram na escuridão”.

“Enquanto sacerdotes, preocupamo-nos naturalmente com o homem inteiro, incluindo precisamente as suas necessidades físicas: com os famintos, os doentes, os sem-abrigo; contudo, não nos preocupamos apenas com o corpo, mas também com as necessidades da alma do homem”, explicou.

Durante a celebração foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, os quais serão levados esta tarde pelos padres de Roma para todas as paróquias, onde são utilizados na celebração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem e Unção dos Doentes.

Os cardeais, bispos e padres presentes renovaram as promessas feitas na sua ordenação sacerdotal.

Jorge Pires Ferreira disse...

Concordo que "a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para o fazer”.

E observo que a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer proibição de o fazer.

Por outras palavras, a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para não o fazer.

Anónimo disse...

Precisamente "Por outras palavras, a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para não o fazer."!
Muito obrigado pela lembrança Jorge e parabéns pelo seu Blog, sempre tão atento e lúcido.

maria disse...

Um texto muito, muito bom...quase a fazer esquecer alguns apontamentos da homilia da missa crismal celebrada pelo Papa e a que os meios noticiosos dão eco.

Até quando a Igreja continuará a tratar de modo tão injusto as mulheres? O passado, compreende-se. Era o contexto social. Mas, repito, até quando?

Anónimo disse...

Farto-me de rir com o autor deste blogue. Enfim... é feliz assim!!!

Jorge Pires Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Pires Ferreira disse...

Caro anónimo das 12:24,

ainda bem que contribuo para a sua boa disposição. Quanto à minha felicidade, conhece-me de algum lado para fazer tal afirmação?

Sabe que permito comentários anónimos aqui, mas visando a minha pessoa, preferia que o fizesse cara a cara. Aliás, poderia, pode utilizar o meu mail: jorgepiresf@gmail.com.

Não concorda? Preferia que apresentasse razões e não bocas. As bocas dizem mais de si do que de mim. Mesmo que anónimo.

paulo disse...

O texto de Daniel Deusdado é de uma lucidez impressionante. É tão evidente a discriminação das mulheres pelas religiões que mais tarde ou mais cedo não deixará de ser abolida. Como foi a segregação racial, a escravatura, etc.

Anónimo disse...

Pergunto-me a mim mesmo se o senhor Deusdado alguma vez andou pelo Vaticano para dar a entender que as mulheres não são tidas em conta.

De qualquer modo, para a mentalidade semita, a de Jesus, as palavras e gestos são realidades intercambiáveis e, nesse caso, creio que, ao não ter incluído mulheres (que na Bíblia têm valor idêntico aos varões, mas não são iguais a estes) no grupo dos 12, é assaz claro que isso quer dizer algo sobre a sua vontade.

Na minha opinião, mas posso estar enganado, as mulheres são absolutamente capazes de realizarem a "mediação ascendente", mas sinto que o mesmo não se pode dizer sobre a "descendente".

Por fim e acerca do pedido de perdão da Igreja sobre a Inquisição: tentei adquirir o livro que referenciou, mas não consegui; pode dizer-me em que intervenção ou documento é que tal foi realizado? obrigado.

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

As mulheres têm um papel importantíssimo para a igreja. É claro que têm. SUBALTERNAS! COZINHEIRAS! EMPREGADAS DOMÉSTICAS! SERVAS OBEDIENTES!

Anónimo disse...

Como podem estes homens querer a ordenação de mulheres? Aliás nem é necessário porque eles já as imitam. Mal, mas imitam. Vestem-se para as celebrações como se fossem mulheres. Da Idade Média, mas como mulheres. Fazem trejeitos de mulheres... Não querem concorrência, é óbvio!

Anónimo disse...

Caros anónimos das 7:45 PM e 11:37 PM: não creio que é com o sarcasmo, que apenas dá a entender que as vossas posições não possuem solidez argumentativa, que lograrão o que quer que seja: isso é uma estratégia falaciosa que apenas dinamita o que desejam afirmar. Que tal escreverem outros comentários apresentando razões de direito e de facto? Isso seria óptimo.

Fernando d'Costa

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