sábado, 7 de abril de 2012

Levar a sua cruz


É decisivo recordar que «perder [a vida]» significa substancialmente «saber dar» e não certamente «para deitar fora a vida» ou «malbaratá-la».

Não é assim tão evidente. Antes, parece que basta evocar a palavra “cruz” para nos evocar um contexto de dor e negatividade, de maneira que a expressão “levar a sua cruz” equivale quase sempre a “resignar-se ao inevitável”, “sofrer sem lamentar-se”. Pode-se mesmo chegar a determinados casos extremos, não muito raros, que levam a uma suspeita sistemática do prazer e a procurar autocastigar-se quando parece que as coisas correm demasiado bem.

Deve-se reconhecer que há uma forma incorreta de entender a cruz, que empobrece e reduz o seu significado e produz uma visão sofrida e tétrica do cristianismo, onde a fé, em vez de funcionar como força dinâmica e positiva, leva a que a pessoa se dobre sobre si mesma, numa atitude lamurienta e vitimista, que é tudo menos a resposta a um «bom romance». (…) Porque há realmente uma saída.

Domenico Pezzini, "As feridas que curam. Reflexões sobre a Paixão e a Páscoa" (Paulinas), pág. 13-14

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