Anselmo Borges
Notícias Magazine: Quando se deu finalmente a rutura com a ortodoxia?
Anselmo Borges: Mas eu sou ortodoxo, no sentido de seguir a reta doutrina; procuro é interpretá-la para o tempo atual. De qualquer forma, em 1994, já melhor apetrechado, com mais mundo, já depois de aprofundar mais a história do pensamento e contactar de perto com grandes teólogos e filósofos, disse para mim mesmo: «Vou pôr entre parêntesis tudo aquilo que me ensinaram. Vou repensar tudo isto. Veremos o que vai resistir e o que não vai resistir.» Não foi por arrogância, eu é que precisava de fazer um ajuste de contas comigo. Tinha de formar um puzzle - eu, Deus, os outros, as ciências. E o puzzle começou a compor-se. E consegui articular a minha fé com os diferentes saberes e os diferentes posicionamentos dos homens e das mulheres, ao longo dos tempos. Agora estou de bem.
(…)
Em 2000 defendia a realização de um concílio. E hoje?
Hoje temeria isso, porque, entretanto, Roma foi tapando perspetivas que vinham do Concílio Vaticano II. Temeria que, hoje, em vez de abrir, um concílio fechasse ainda mais.
A entrevista da Notícias Magazine a Anselmo Borges (oito
páginas na edição impressa) pode ser lida aqui. Cuidado que na versão online há
algumas perguntas e respostas desordenadas.
16 comentários:
"Mas eu sou ortodoxo, no sentido de seguir a reta doutrina; procuro é interpretá-la para o tempo atual"
Falta a etiqueta "Humor"
Ó João, a afirmação está correta. E essa é uma tarefa necessária na dogmática e na interpretação da Bíblia. Só o desconhecimento da história dos dogmas é que lhe permite dizer que tal afirmação é "humor", ainda que me tenha rido ao lê-la.
Pode-se criticar o resultado da interpretação, mas a tarefa em si é necessária para evitar pelo menos duas coisas: o fundamentalismo e a estupidez. Espero que não caia em nenhuma delas.
A Palavra de Deus é Palavra em processo, disse Bento XVI e é o que sinto.
Todavia, vindo de Anselmo Borges, tenho de pôr um ponto de interrogação.
Não gosto de ficar sozinha a pensar ... gosto de confrontar com os outros "pensantes" aquilo que penso. Por isso ...
Amigo Jorge, prefiro ser estúpido e fundamentalista do que defender a despenalização do aborto, o casamento gay, o sacerdócio das mulheres e incitar à desobediência de quem (os padres) jurou obediência aos seus superiores.
O que o pe.Anselmo Borges defende não é ortodoxo nem aqui nem na China, defende uma fé à sua maneira, julgando-se iluminado, como se soubesse mais do que a Igreja.
Não estou a falar em questões de opinião pessoal, ou de preferência, não se pode dizer que comungar na mão é mais ou menos válido do que na boca, já que ambas as formas são aceites pela Igreja.
Mas em matéria de fé, basta não acreditar num artigo de fé para se acreditar no resto dos artigos por "inteligência" própria, e não por fé. S.Tomás explica isto muito bem: https://sumateologica.wordpress.com/2011/12/26/tomas-responde-o-herege-que-nao-cre-em-um-artigo-da-fe-pode-ter-fe-informe-nos-outros-artigos/
Tenha juízo, João. Isso é do tipo: "Fuma? Então também deve ser a favor das drogas, do aborto e da eutanásia". E onde fica a doutrina que diz que há hierarquia de verdades? Compreendo, mas não, nem tudo tem o mesmo valor.
Amigo Jorge, não disse que tudo tem o mesmo valor nem neguei a hierarquia de verdades. Dei exemplos de desvios doutrinais defendidos pelo Pe.Anselmo Borges, mas posso também falar de heresias, por ex. a negação do dogma do pecado original. A isto chama-se heresia, e aplica-se na perfeição a esse artigo da Suma Teológica.
Anselmo Borges não acredita por fé, acredita porque certas coisas até lhe fazem sentido. Nas que não fazem não acredita. Anselmo Borges limita a possibilidade de Deus às suas possibilidade intelectuais, e aos seus conhecimentos académicos. É um Deus muito limitadinho, coitado. E ainda se diz ortodoxo! Ao menos é uma pessoa de bom humor, isso é de louvar
Concretize lá, João. O que entende por pecado original? Explique, p.f. Antes de passar a outras questões, deixe-me fazer umas perguntas. Começamos por esta: O que é o pecado original?
Só um desconhecimento da história da Igreja (efectivo ou deliberado) pode produzir comentários sobre como os que leio nesta caixa de comentários acerca do padre Anselmo Borges.
Ainda assim pergunto: o padre Anselmo Borges sofreu algum processo de excomunhão? Não? então, legitimamente, também é Igreja. E se as resposta dele o comprometem pessoalmente, não é verdade que esteja sozinho no que enuncia.
Maria, até agora, o seu comentário é o único com perfeita lucidez. Parabéns!
Amigo Jorge tem tudo aqui, para não haver margem para dúvidas: http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/p/original.html
Já agora gostava que alguém me conseguisse explicar qual é o sentido do dogma da Imaculada Conceição se não existe pecado mortal. Esta malta acha que a Igreja faz dogmas só porque sim, e o que hoje é verdade amanhã é mentira.
Maria, parece-me que seria mais proveitoso concretizar, e mostrar onde está o dito desconhecimento.
Lá por o padre Anselmo Borges não ter sofrido um processo de excomunhão não quer dizer que não diga heresias, era o que mais faltava que a Igreja excomungasse todos os hereges, não fazia mais nada. Não digo que o Pe.Anselmo Borges não seja Igreja, mas daí a poder fazer doutrina vai um passo gigaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaannnte
Errata: em vez de "pecado mortal" leia-se "pecado original"
A Oeste nada de novo ...
HDias
E vieram os teólogos e estragaram tudo...
Não domino essa ciência para argumentar com ninguém, mas acredito em Jesus de todo o coração e tento praticar o que sinto por Ele. E não vejo onde encaixa tanta conversa de dogmas, pecados, penas, obediência, pensamento único...
O Jesus que eu amo não teria essa atitude com ninguém.
Um GRANDE OBRIGADO ao "Anjo caído".
É a primeira vez que entro neste blog e fiquei com a impressão de que de modo geral, salvo algumas exceções, se exalta e salienta a natureza humana de Jesus Cristo numa dimensão antropológica, sociológica e filantrópica sem exaltar também a primazia da Sua natureza divina.
A Escritura Sagrada diz: Em Act 4,12 – "...E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome dado aos homens que nos possa salvar.
Em Fil 2,9-11 – "...Por isso é que Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome,
para que ao nome de Jesus todo o joelho se dobre nos Céus, na Terra e nos infernos (abismos, lugares inferiores) e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai".
Para mim, a salvação é concedida de graça a todos os que acreditarem em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra e em Jesus Cristo nosso Senhor, Seu Filho Único, que Ele enviou ao mundo para o salvar e acreditar na Sua Igreja e na doutrina que Ele nos ensinou (a Boa Nova ou Evangelho)e viver de harmonia com esse mesmo Evangelho. É o mesmo que acreditar no Credo da Santa Igreja Católica.
Um abraço a todos
J. Ferraz
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