Agustina Bessa-Luís (teve um AVC há tempos, deixou de escrever
e não quer ver livros à frente, mas “está lúcida”, dizem o marido e a filha)
tem uma série romances, peças de teatro e outros textos para publicar. Dois dos
romances chamam-se “Ídolo de Barro” e “Deuses de Barro”. O segundo foi escrito entre
agosto e outubro de 1942. O primeiro é anterior. Refira-se que o seu grande
romance, “A Sibila”, é de 1954.
Os dois romances não foram publicados porque “não tinha
editor”. Diz Alberto Luís, marido: “Este romance [“Deuses de Barro”] foi lido
por um escritor aqui do Porto, o Sousa Costa. Era um homem tão católico que lhe
disse que não podia apadrinhar o livro – apesar de ela ter muito talento –
porque era um livro iconoclasta”.
Observa então o entrevistador, Carlos Vaz Marques: “Há uma
clara alusão bíblica nesses títulos”. Alberto Luís responde: “Sim. Há aqui
muitas coisas bíblicas. E um grande entusiasmo pela leitura da Bíblia.
Considerou-a sempre a primeira leitura e a mais importante que fez. A Bíblia
era para ela uma leitura permanente. Ela na época tinha já muitas leituras. Foi
educada nas Doroteias. Teve, portanto, uma educação religiosa”.
Li na "Ler" n.º 111.
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