1. Scola para Milão
O cardeal Angelo Scola, 70 anos, já era candidato papal
antes da sua nomeação, no dia 28 de junho, para arcebispo de Milão. Durante o
século XX, dois papas foram eleitos de Milão, Pio XI e Paulo VI, e vários
outros arcebispos de Milão foram considerados formidáveis concorrentes. Scola,
oriundo do movimento Comunhão e Libertação, é um feroz defensor da identidade
católica, mas prefere pôr o acento “no que a Igreja é” em vez de “contra quem
ela é”.
2. Átrio dos Gentios
O "Átrio dos Gentios" de 24 e 25 de março, em
Paris, foi um grande sucesso no mundo de língua francesa. Organizado pelo Conselho
Pontifício para a Cultura, presidido pelo hipererudito cardeal italiano
Gianfranco Ravasi, o encontro levou cristãos, ateus e agnósticos a um sério
diálogo. Um sinal do sucesso é que o reputado filósofo agnóstico francês
Jean-Luc Ferry ficou tão impressionado que pediu uma reunião urgente com Ravasi
para propor uma colaboração a dois sobre o Evangelho de João. O encontro de
Paris foi o primeiro de uma série de "Átrio dos Gentios".
3. Assis
O encontro de 300 líderes religiosos na cidade natal de São
Francisco, promovido por Bento XVI, no dia 27 de outubro, não atraiu um
interesse semelhante ao que cercou a primeira cúpula inter-religiosa promovida
pelo Papa João Paulo II em 1986. No entanto, assinalar com um encontro
inter-religioso o 25.º aniversário do evento de João Paulo II foi, sem dúvida, algo
de extrema importância pelo que simboliza: a convocação dos líderes religiosos
do mundo em prol da paz não era simplesmente um capricho pessoal de João Paulo
II. Pelo contrário, tornou-se parte do trabalho do papado, algo que os futuros
papas deverão repetir.
4. A viagem ao Benim
Na ausência de um novo tumulto em torno dos preservativos e da
Sida, a viagem de Bento XVI ao Benim, nos dias 18 a 20 de novembro, não foi uma
sensação mediática. No entanto, os papas votam com os pés, ou seja, as suas
prioridades pastorais e geopolíticas são muitas vezes reveladas pelos locais
que escolhem para visitar. África é o segundo continente mais visitado depois
da Europa. Bento XVI apresentou um documento contendo as conclusões de um
Sínodo dos Bispos para a África, de 2009, constituindo um plano papal para o
continente onde o catolicismo cresceu quase 7.000% durante o século XX, alertou
para a corrupção e desafiou os bispos a arrumarem a sua própria casa em termos
de responsabilidade, transparência e bom governo.
5. Viganò para os
Estados Unidos
A nomeação do dia 19 de outubro do arcebispo italiano Carlo
Maria Viganò como o novo núncio ou embaixador papal para os Estados Unidos tem
um significado negativo e outro positivo. Durante o seu período no governo da
cidade do Vaticano, Viganò foi uma reformador financeiro, instaurando
procedimentos eficientes de contabilidade entre os pequenos feudos
independentes do Vaticano. No entanto, não terminou o que começou. O facto de
estar agora nos EUA significa que está posicionado para ajudar os bispos
norte-americanos a seguir em frente na boa gestão do dinheiro, num momento em
que se teme que os escândalos financeiros possam tornar-se o segundo “round” da
crise dos abusos sexuais enquanto fonte crónica de desordens.
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