terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tomas Tranströmer: Decifrando o Grande Enigma


Diz um texto de José Riço Direitinho, na “Ler” deste Novembro (n.º 107), que Tomas Tranströmer, o Nobel da Literatura deste ano, “estuda história, religião e literatura a tentar decifrar o Grande Enigma”. Não conhecia nada do poeta, mas simpatizei com ele só por causa desta finalidade existencial.

Este blogue, com história, religião, literatura e alguma ciência e filosofia, se não pretende decifrar o Enigma, quer pelo menos aproximar-se dele.

Na mesma revista, José Mário Silva cita alguns poemas do poeta Nobel. Aqui um deles, traduzido, diz o cronista, a partir de uma versão castelhana:

[…] Por uma parte de trás da paisagem
chega a gralha
negra e branca.
E o melro que se move em todas as direcções
até que tudo seja um desenho a carvão,
salvo a roupa branca na corda de estender:
um coro da Palestina:

Não há vazios por aqui.

É fantástico sentir como cresce o meu poema
enquanto me vou encolhendo
Cresce, ocupa o meu lugar.

Desloca-me.
Expulsa-me do ninho.
O poema está pronto.

O poema é magnífico. Mas intriga-me o verso “Um coro da Palestina”. Não será antes “Um coro de Palestrina”?


Acrescento às 23h14. Nos comentários, um leitor deixou que, em inglês, de facto, está "coro de Palestrina". Agradeço-lhe.
"...Through a back door in the landscape
comes the magpie
black and white.
And the blackbird darting to and fro
till everything becomes a charcoal drawing,
except the white clothes on the washingline:
a Palestrina chorus..."

2 comentários:

Anónimo disse...

Sim, pelo menos do inglês para o português é um coro da Palestrina.
"...Through a back door in the landscape comes the magpie
black and white.
And the blackbird darting to and fro till everything becomes a charcoal drawing,except the white clothes on the washingline:
a Palestrina chorus..."

Jorge Pires Ferreira disse...

Muito obrigado pela sua informação. É bom ter leitores mais conhecedores e informados do que eu.

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