D. José Cordeiro vai ser ordenado bispo no domingo, em Bragança. Desejo-lhe a maior fidelidade no serviço à Igreja, que é um serviço aos homens e mulheres de Bragança, neste caso. A notícia acima é do "Correio da Manhã" de hoje.
Enquanto responsáveis da Igreja em Portugal dizem em Fátima que a Igreja tem dificuldade em sentir-se uma nativa digital (para bispos, padres e comunicadores, as tecnologias são "novas"; para os mais novos, são simplesmente tecnologias), e que é preciso "estar" no ambiente digital (ver textos e vídeos aqui), o novo bispo vem dizer que ser ser um "bispo da internet e das novas linguagens".
Espero sinceramente que o seja. Pela entrevista, quando lhe perguntam pelo celibato e pela questão das mulheres, não tem nada a dizer. Diz que o Papa João Paulo II colocou um ponto final na questão da ordenação das mulheres. É isto que é pensar e falar as novas linguagens? Ou é a linguagem do poder e da abdicação? Novas tecnologias. Velhas e inúteis mensagens. A culpa não é do sr. bispo, com com certeza. Mas ainda um dia destes (ou um ano destes), o Papa vai pedir perdão às mulheres.
5 comentários:
Linguagem da abdicação??? Que eu saiba a Igreja tem um Papa e o Bispo respondeu recordando o bem aventurado João Paulo II. Este blogue insiste na matéria da ordenação das mulheres, mas por estas declarações deste bispo não acredito que haja mulheres ordenadas. As inúteis mensagens têm a resposta no próximo domingo: 10 a 15 mil pessoas para participar na eucaristia. Este bispo vai ser um caso sério de popularidade, no bom sentido da popularidade, ou seja, sem recorrer a "pantominices" rapidamente Trás os Montes vai ter uma voz de peso que bem precisava há muitos anos, pois D. Montes e D. Rafael deixaram muito a desejar, sobretudo na proximidade com as pessoas, coisa segundo dizem os meios de comunicação este é muito próximo das pessoas
Obrigado pelo seu comentário.
Espero que o sr. bispo tenha muito sucesso pastoral - o que poderá não corresponder à popularidade. Mas também espero que no dia da ordenação esteja lá muita gente, embora isso também signifique pouco, como o caro comentador e o sr. bispo sabem. Para mais, os números, em igreja, por vezes só interessam para as grandes assistências, não para o que elas pensam.
Já quanto à ordenação das mulheres - ou por outras palavras, porque não gosto da expressão "ordenação das mulheres", quanto à presidência da Eucaristia por mulheres - hei-de insistir no assunto enquanto pensar que é injusto para as mulheres e para a Igreja que não haja mulheres a presidir à missa.
Que o sr. bispo responda que não se deve pensar no assunto, não admira. Ele não poderia responder de outro modo porque faz parte do processo dizer que não se discorda do que o Papa tem estabelecido sobre isso. Mas porque é que não se pode pensar e discutir sobre isso? Não se está em comunhão com a Igreja se se pensa que as mulheres deviam poder ser ordenadas? Se assim é, então o Papa devia dizer, com toda a coerência (seria uma triste coerência) que quem pensa que as mulheres devem ser ordenadas está excomungado.
Ainda o D. José Cordeiro. É de saudar que diga "não seremos certamente especiais" quanto à pedofilia. "Não estamos livres". Portugal não é como a Irlanda ou os EUA. Mas também houve casos de pedofilia, pelo menos num tempo muito distante em que a palavra ainda não existia nem a sociedade era mediática.
O uso ou não das tecnologias é acessório. Pode usá-las e ser muito conservador. Pelo que li neste artigo receio que sim. O sacramento da reconciliação é válido se o exame de consciência for cuidadoso e houver uma vontade de mudar efectiva. Isto é o que importa. Posso dar o meu testemunho pessoal: ss confissões que fiz em confessionários foram sempre mal sucedidas. Bloqueio completamente, atrapalho-me e saio com a sensação de não ter recebido o sacramento. Já não volto a repetir.
Pelo que tenho lido nas entrevistas, este bispo é muito conservador.Tal como afirma o anonimo do segundo post, o uso das novas tecnologias "é acessório", e não significa que ele tenha um espírito aberto à mudança.
Só tomou posse há um mês.
Aguardemos.
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