Santo Atanásio de Alexandria
Gosto das histórias e dos pequenos enigmas em que de um problema que aparentemente tem uma resposta de consequências trágicas emerge uma solução criativa de efeitos surpreendentes. Um dos meus preferidos é o seguinte:
Num julgamento, tipo ordálio, dizem à vítima para escolher uma das duas sentenças, escritas em papéis. Num está a condenação, no outro a libertação, garantem-lhe. A vítima sabe que, escolha o que escolher, vai ser condenada porque, na realidade, em ambos os papéis está escrito que é culpada. Qualquer que escolha, implicará a sua condenação. O que faz então? Come um deles.
Lembrei-me disto ao ler, no capítulo sobre a verdade do livro "Ser cristão para quê?" (pág. 172), de Timothy Radcliffe, a seguinte história:
Quando Atanásio estava a remar rio abaixo para escapar aos seus perseguidores, cruzou-se com eles, que iam na direcção oposta. "Onde está o traidor Atanásio?", perguntaram-lhe. "Não muito longe", respondeu e continuou a remar satisfeito.Atanásio, o defensor da ortodoxia contra o arianismo, diz a verdade e safa-se.
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