Francisco Xavier (1506–1552), missionário jesuíta sob a coroa portuguesa, chegou ao Japão no dia 27 de Julho de 1549, mas só pôde por os pês na terra no dia 15 de Agosto, no porto de Kagoshima. O grande missionário do Oriente chegou ao Japão com outros três jesuítas e o japonês Anjiro, que conhecera em Malaca, dois anos antes, e servia de tradutor.
Anjiro (ou Anjiró) foi o primeiro japonês a tornar-se cristão, tendo recebido o nome de Paulo de Santa Fé. Xavier escreveria mais tarde sobre a génese do plano nipónico: “Eu perguntei a [Anjiro] se os japoneses se tornariam cristãos , caso eu fosse com ele ao seu país. E ele respondeu-me que eles não se tornariam cristãos de imediato, mas primeiro fariam algumas perguntas para saberem o que eu sei. Acima de tudo, quereriam ver se a minha vida corresponde aos meus eninamentos”.
1 comentário:
no Relógios e Relojoeiros - Quem É Quem no Tempo em Portugal (Âncora, 2007), na entrada X:
X
XAVIER, São Francisco
Em 1551, aquando da sua chegada ao Japão, o missionário levava, entre vários presentes para impressionar os senhores locais, um relógio, que adquirira em Macau. A técnica de usar os relógios para “abrir portas” junto dos poderosos nipónicos é semelhante à usada na China. Uma célebre delegação de jovens príncipes japoneses à Europa, para visitar o papa (e que passou por Lisboa, numa altura em que Portugal já tinha perdido a independência para Espanha), levou consigo no regresso um relógio para o shogun (chefe militar, a verdadeira sede do poder no Japão feudal), Toyotomi Hideyoshi. Outros relógios mecânicos se seguiram, quase sempre através do Padroado Português do Oriente ou, o que queria dizer quase o mesmo, dos jesuítas. O mais antigo relógio existente no Japão é um oferecido por essa altura pelo monarca peninsular, Felipe II, ao shogun Tokugawa Ieyasu – encontra-se actualmente no santuário de Toshogu, no monte Kuno, Prefeitura de Shizuoka. (41), (89)
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