sexta-feira, 15 de abril de 2011

O bispo que Hitler gostava de ler

Na biblioteca do grande leitor que foi Hitler (grande não quer dizer bom) estava o livro de um bispo que tentou conciliar o nazismo com o catolicismo.
D. Alois Hudal (nasceu a 31 de Maio de 1885, em Graz, Áustria, e morreu no dia 13 de Maio de 1963, em Roma) publicou em 1937 o livro “Die Grundlagens des National-Sozialismus” (algo como “As bases do nacional-socialismo”). Nesta obra tentava conciliar o nazismo com a doutrina católica para atrair a ala mais radical e anti-religiosa, pagã, do nazismo. O Papa Pio XI não viu, no entanto, grandes possibilidades em tal intento e nesse mesmo ano publicou a encíclica “Mit brennender Sorge” (“Com profunda preocupação”), condenando formalmente os erros do nazismo (a encíclica foi lida nas missas de 21 de Março de 1927, Domingo de Ramos).
Alois Hudal foi destituído de funções e foi viver para Roma, nunca renunciando às suas ideias. É, aliás, acusado de estar por detrás das “ratlines” (“linhas de ratos”), que eram sistemas de fugas para que os nazistas fugissem da Europa, após a derrota. Em 1962 escreveu as suas memórias, publicadas em 1976, confirmando que de facto contribuiu para a fuga de nazis e fascistas. Nas memórias manifesta desgosto em relação a Pio XI e Pio XII e mantém que o sistema político ideal seria uma mistura entre socialismo, nacionalismo e cristianismo.

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