quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A velha ideia da felicidade interna bruta

Há um novo partido em Portugal. É o PAN – Partido pelos Animais e pela Natureza. Todos os partidos devem ser pela natureza e pelos animais, incluindo o ser humano, por isso é um pouco insólito um partido como este. Aliás, os direitos dos animais e da natureza só se entendem como deveres do ser humano e não como direitos em sentido estrito.

O PAN quer que as despesas com medicamentos, cuidados veterinários e alimentação dos animais de estimação sejam deduzidas no IRS (por causa das pessoas que só têm como companhia animais de estimação), o que tem algo de descabido e de pouco justo, socialmente, na minha perspectiva. Quanto ao dia vegetariano por semana, até pode ser uma proposta útil. Mas é preciso um partido para isto?

Por outro lado, afirma Paulo Borges no “Público” (a entrevista pode ser lida no sítio da organização, aqui) que
já se tem falado que talvez o mais importante não seja o produto interno bruto, mas a felicidade interna bruta. Foi o primeiro-ministro do Nepal que surgiu com esta ideia e nós achamos muito interessante.
De facto, tem-se falado esporadicamente, nos últimos tempos. Há meses, até o Sarkosy falou disso (ver notícia aqui). Mas a ideia já é velhinha. António Alçada Baptista explicou-a nas páginas de “A Capital de 25 de Julho de 1972”. Na altura, o holandês Sicco Mansholt (que viria a ser presidente da Comissão Europeia) havia proposto a Franco Maria Malfatti (presidente da Comissão Europeia, de 2 de Julho de 1970 a 1 de Março de 1972) que à noção de PNB (produto nacional bruto) fosse preferida a de BNB (“bonheur” – felicidade nacional bruta). Uma “felicidade bruta” parece uma contradição nos termos. De qualquer forma, é uma ideia com quatro décadas de idade.

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