Albert Schweitzer nasceu em 1875, no dia 14 de Janeiro, na Alsácia (que hoje faz parte da França, mas na altura integrava o império alemão), e morreu no dia 4 de Setembro, em Lambarena, Gabão.
Formou-se em Teologia e Filosofia e tornou-se professor universitário. No início do século passado escreveu um livro sobre todas as tentativas de levar a cabo uma biografia de Jesus que ainda hoje é estudado nas faculdades de Teologia. Schweitzer estava convencido de que não é possível escrever uma biografia de Jesus, nos moldes modernos, porque este escapa a todas as categorias. E quem escreve tem tendência a projectar em Jesus os seus próprios traços e interesses. Daí que seja possível, ao longo da história, dar com um Jesus asceta, liberal, hippie, comunista, pobre, imperador, rei…
Na angústia de ser impossível chegar ao Jesus em si mesmo, Albert Schweitzer tomou uma decisão: encontrar Jesus nos mais abandonados. Quando tomou a decisão, era um professor admirado, gozava de grande prestígio e era um músico afamado. Mais tarde deixaria registadas as suas interpretações de João Sebastião Bach. São célebres as gravações de 1936-37, ainda à venda em disco (aqui, por exemplo).
Para ir ao encontro dos mais pobres, formou-se em medicina, casou-se e partiu para Lambarena, uma povoação no Gabão, em África, nos trópicos (as ilhas de S. Tomé e Príncipe ficam ao largo do Gabão).
Ao deparar-se com a falta de recursos em Lambarena, improvisou um consultório num antigo galinheiro e atendeu os doentes enfrentando o clima hostil, equatoriano, a falta de higiene, a língua que não entendia, a carência de remédios e de instrumentos. Tratava de mais de 40 doentes por dia e, no resto do tempo, ensinava o Evangelho.
Com o início da I Guerra Mundial, os Schweitzer foram levados para a França, como prisioneiros de guerra – eram alemães. Com o final da guerra, Albert retoma seus trabalhos: “Começaremos novamente. Devemos dirigir nosso olhar para a humanidade”. Recolheu fundos e, após sete anos, regressou a Lambarena com médicos e enfermeiras dispostos a ajudá-lo.
A sua acção e determinação – que as minhas palavras não mostram verdadeiramente – espantaram o mundo. E em 1952 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz.
Há uma série televisiva sobre Schweitzer. Passou em Portugal no final dos anos 80 – foi graças a ela que conheci esta grande figura. Na altura, quis ser missionário como ele. Foi uma das maiores personalidades do século XX.
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