Tem sido dito que “Luz do Mundo”, de Bento XVI / Peter Seewald, é a primeira entrevista dada por um pontífice. Não é verdade. Até o infalível “Expresso” falha nesse ponto, porque diz (aqui, na no final da terceira coluna): “Nunca antes em toda a história da Igreja um pontífice aceitou dar uma entrevista”.
João Paulo II deu uma entrevista a Vitorio Messori, que, diga-se, também tentou entrevistar Bento XVI. O livro-entrevista de João Paulo II / Vitorio Messori teve como título, em português, “Atravessar o limiar da esperança” e foi publicado em 1994, pela Planeta.
E já em 1982, André Frossard publicara uma série de conversas com João Paulo II, “Não tenhais medo!”
E a Livros do Brasil publicou, em data que não sei agora precisar, os “Diálogos com Paulo VI”, de Jean Guitton.
Se estes dois últimos títulos podem não ser considerados entrevista, o de Vitorio Messori é sem dúvida alguma um livro-entrevista. O livro está todo feito com base no esquema pergunta-resposta.
A novidade de “Luz do Mundo” não está em ser uma entrevista, mas em ter surgido na forma de diálogo presencial. Com Messori, o que aconteceu foi que o jornalista italiano enviou as perguntas escritas a João Paulo II e esperou pelas respostas. Com Seewald, houve um frente-a-frente. Por isso o jornalista alemão escreve no prefácio: “Nunca antes na história da Igreja um Pontífice tinha dialogado sob a forma de uma entrevista pessoa e directa”. Mas isto não é o mesmo que dizer que Bento XVI é o primeiro Papa a dar uma entrevista.
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