O "Ípsilon" da sexta-feira passada diz que Philip Roth, em "Nemesis", o seu mais recente romance, ainda não traduzido para português, "no que é um passo surpreendente ao fim de 31 livros, [explora] a relação com Deus".
O que me surpreende é a surpresa do crítico Tiago Bartolomeu Costa com tal passo surpreendente. A questão de Deus continua a ser a maior questão humana.
1 comentário:
Caro Jorge,
surpreendo-me porque, precisamente, ele sempre disse, e reafirmou na entrevista à Vanity Fair, que citei no artigo, que "não há [nele] um único osso religioso".
E porque tendo lido a íntegra da sua obra, achei sim surpreendente que ele o fizesse agora. Esperava que o tivesse feito em outros livros, como "Pastoral Americana", até mesmo em "Todo-o-mundo" que começa num funeral, ou em "The Humbling", onde o protagonista se suicida sem sequer pensar em Deus.
O Roth falou sempre muito de religião, obviamente. Mas fê-lo, tal como digo no artigo, usando-a para pensar no Homem, e nunca em Deus. Aqui, em "Nemesis", Deus é co-protagonista.
Obrigado,
Tiago
Enviar um comentário