A Igreja Ortodoxa grega (na Grécia, o Estado é constitucionalmente ortodoxo) está a pedir às autoridades que não utilizem o número 666 nos novos cartões de identificação dos cidadãos, que estão em preparação para emitir no próximo. Isto porque, justificam, o número 666 é o símbolo do Anticristo (li aqui).
Suponho que o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa faz esta exigência por medo do símbolo e não por superstição. Mas na minha perspectiva, isto não faz sentido nenhum. Isto e, por exemplo, a obsessão dos chineses pela sorte que o 8 dá, a nossa superstição no 13, a paranóia norte-americana de alguns prédios passarem do 12.º para o 14.º andar (em Portugal, os grandes prédios costumam parar no 12.º andar), ou o medo cigano dos sapos. Será necessário eliminar o 666 da matrícula dos carros, dos números de porta, dos números das facturas, do conta quilómetros, das páginas dos livros...?
Uma notícia de hoje do "Público" (aqui) diz que os comerciantes de Beja estão a pôr sapos à porta dos seus estabelecimentos para evitar que os ciganos entrem (a discriminação acontece em muitos outros locais do país).
Seria bom que a mentalidade científica e o cristianismo crítico ajudassem a acabar com estes símbolos que revelam, mais do que tudo, superstição, mesmo que baseada em tradições culturais e religiosas.
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