Mais de 90 perguntas, divididas em três partes: assuntos da actualidade, um balanço dos primeiros anos de pontificado e questões fundamentais sobre o futuro da Igreja e da fé.
No original, intitula-se "Licht der Welt. Der Papst, die Kirche und die Zeichen der Zeit", ou seja, "Luz do mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos".
O livro tem 284 páginas e será apresentado no dia 23 de Novembro, no Vaticano.
Durante seis dias, de 26 a 31 de Julho de 2010, em Castel Gandolfo, o Papa respondeu durante uma hora por dia às perguntas do jornalista Peter Seewald, que já o havia entrevistado para o jornal “Süddeutsche Zeitung” e em dois livros de 1996 e 2000 (em Portugal: “O Sal da Terra. O Cristianismo e a Igreja Católica no limiar do Terceiro Milénio”, ed. Multinova, 1997; e “Deus e o Mundo. A Fé Cristã Explicada por Bento XVI”, ed. Tenacitas, 2006).
"Todos serão surpreendidos por encontrar um Ratzinger tão disponível e tão aberto", explicou o jornalista na Feira de Frankfurt. O Papa respondeu directamente a uma grande quantidade de perguntas, sem querer conhecê-las antes: a hipótese de renúncia, o Concílio, mas também as causas e os "encobrimentos" do escândalo da pedofilia, o caso do negacionista Williamson, o perigo de um "cisma" na Igreja, até a possibilidade de um diálogo "genuíno" com o Islão.
No livro, Bento XVI fala do sentido da "infalibilidade" do Pontífice, mas reflecte também sobre os erros que podem ter sido cometidos pela Igreja e também pelo Papa, admitindo que, na “lectio magistralis” de Regensburg – que desencadeou polémicas no mundo muçulmano –, pretendia fazer um discurso académico, científico, e não havia previsto que as palavras do Papa seriam lidas como um discurso político.
Responde ainda a questões típicas dos contemporâneos, explicando as posições da Igreja sobre o celibato dos padres, o "não" à ordenação feminina, a homossexualidade, a contracepção, o uso de preservativos e a SIDA, a comunhão aos divorciados de segunda união e assim por diante. Com uma preocupação acima de todas: o futuro da Igreja, chamada a renovar-se e a ocupar-se essencialmente da verdade do Evangelho, e o anúncio de Deus ao nosso tempo.
Texto do "Corriere della Sera" adaptado a partir daqui.
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