sexta-feira, 4 de junho de 2010

Fideísmo, desconfiança da razão, Bíblia e desenvolvimento

Primeira frase de “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (o primeiro parágrafo ocupa três páginas), de Max Weber:

“Uma panorâmica da estatística profissional de um país pluriconfessional costuma mostrar com uma frequência significativa um fenómeno por várias vezes vivamente discutido na imprensa, literatura e congressos católicos da Alemanha: o facto de os dirigentes das empresas e os detentores de capitais, bem como as camadas superiores da mão-de-obra qualificada e, mais ainda, o pessoal técnico e comercial altamente especializado das empresas modernas, serem predominantemente protestantes”.

A constatação e a tese de Max Weber são espantosas, porque, historicamente, o protestantismo distingui-se por uma desconfiança radical da razão. Lutero dizia que a "razão é a rameira do diabo". Enquanto o catolicismo sempre quis conciliar fé e razão. Uns, oposição. Outros, diálogo. A questão é que naqueles que desconfiam da razão por razões religiosas, o desenvolvimento científico aconteceu em maior grau. A questão é que quem desconfiava da razão (incapaz de colaborar na salvação) realçava a leitura a Bíblia (ao contrário dos católicos). Ora, para ler a Bíblia, era preciso, ante de tudo, saber ler.

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