Se fosse vivo, João Paulo II faria hoje 90 anos (18-05-1920 – 02-04-2005). Mas destaco hoje o nascimento de Bertrand Russell (18-05-1872 - 02-02-1970), matemático, filósofo, Nobel da Literatura, pacifista e… incoerente, defendendo belicosamente o pacifismo, segundo Paul Johnson, no seu livro “Intelectuais” (a par de Karl Marx, que não pagava aos seus empregados e apenas pôs os pés numa fábrica uma vez e de passagem, de Jean-Jacques Rousseau, que preferia abandonar os seus filhos em orfanatos a educá-los, ou de Tolstoi, que se julgava o “irmão mais velho de Deus”, entre outros).
No início do ensino superior tive fascínio por Bertrand Russell. Li “A Conquista de Felicidade”, livro abominado por Wittgenstein – vim mais tarde a saber –, e tenho bem presente alguns das suas histórias. A do jardineiro que era feliz exterminando os coelhos que davam cabo do jardim, hoje ecologicamente incorrecta. Ou a ideia de que se ontem trabalhávamos oito horas para produzir oito tijolos, hoje devíamos trabalhar quatro horas para produzirmos os mesmos oito tijolos, em vez de estarmos a trabalhar oito horas para produzirmos 16 tijolos. O exemplo não era com tijolos, mas a ideia era esta.
Na fase da procura das “provas racionais da existência de Deus”, dei com o livro “Por que não sou cristão”. Os seus raciocínios desmontavam as vias tipo «Deus é a causa incausada de todas as causas». Mas quando chegavam à interpretação bíblica mostravam-se, no mínimo, ignorantes. Russell dizia que não podia acreditar em Jesus Cristo porque este tinha dito que voltaria antes de os discípulos terem percorrido as 12 tribos de Israel. Ora, pelas contas de Russell, umas semanas seriam suficientes para a volta, a pé, a todo o Israel.
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