domingo, 11 de abril de 2010

Soneto de Frei Agostinho da Cruz

Em tempo de Páscoa, um soneto "À Coroa de espinhos" de um franciscano que viveu no Convento da Arrábida, na imagem, perto de Setúbal.

A que vindes, Senhor, do Ceo à terra,
Terra que sendo vossa vos enjeita,
E que tanto vos honra e vos respeita,
Que em vos não receber insiste e emperra?

Ah quanta ingratidão nela s’encerra!
Quão mal de vossa vinda se aproveita!
Pois se põe a tomar-vos conta estreita,
Mais brava contra vós, quanto [mais] erra.

E vós de vosso amor puro forçado
As malditas espinhas lhe pisais,
Das quais ainda sendo coroado,

A maldição antiga lhe trocais
Na benção, que lhe dais crucificado,
Quando morto d’amor, d’amor matais.

Frei Agostinho da Cruz (1540-1619)

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