Pedro Abelardo (1079-1142), nascido Pierre le Pallet, foi um professor inovador, analisando os pontos de vista diferentes sobre uma mesma questão. Este tipo de método esteve na origem da escolástica e das sumas. Aparece na sua obra “Sim e não” (“Sic et Non”).
Em Paris, foi professor de Heloísa, sobrinha de um cónego de Notre Dame, e apaixonou-se pela aluna. Casaram-se. Como o casamento punha em causa a carreira académica – reservada a celibatários –, houve uma série de mal-entendidos que acabam com a castração de Abelardo. Por insistência deste, Heloísa torna-se feira e Abelardo monge beneditino. Em 1132, Abelardo escreve a obra “História das minhas calamidades” (“Histaria calamitatum mearum”), contando alguns pormenores da sua vida até à altura. Mesmo cada um seguindo a sua vida, continuaram a corresponder-se. As cartas são símbolo do amor romântico e revelam dois grandes intelectos – e o egoísmo de Abelardo.
Abelardo chegou a estudar com Anselmo de Cantuária (que também morreu num 21 de Abril, mas em 1109) e teve como grande opositor, no final da vida, Bernardo de Claraval, que fez condenar o ensino de Abelardo no Concílio de Sens, em 1141. Não foi a primeira vez, visto que Abelardo já tinha sido condenado no Concílio de Soissons, em 1121.
Na questão dos universais, Abelardo tinha uma posição intermédia entre os essencialistas e os nominalistas: os universais não são coisas, mas falar em universais não é falar de meras palavras - teoria do conceitualismo.
Já sobre a ética, escreveu que o mesmo acto pode ser executado pelo mesmo homem em diferentes momentos e, de acordo com a diferença da sua intenção, o acto pode ser uma vez bom e outra vez mau - a intenção como constituinte fundamental da moralidade.
Abelardo morre em 1142 e Heloísa em 1164. Em 1817 os restos mortais de ambos foram trasladados para um único túmulo no cemitério de Père Lachaise, em Paris.
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