Só dois teólogos, em sentido estrito, foram capa da "Time": o jesuíta John Courtney Murray, que teve um papel importante na elaboração da "Dignitatis humanae" (Declaração sobre a Liberdade Religiosa, do II Concílio do Vaticano, mas isso seria em 1965, enquanto a revista é de 12 de Dezembro de 1960) e o suíço Karl Barth, teólogo da Igreja Reformada (ou seja, calvinista).
De que fala, então, a revista sobre o jesuíta? O título do artigo principal é "City of God & Man". Remete para a obra de Santo Agostinho, "Cidade de Deus", e é com referências ao Bispo de Hipona que começa o texto. Mas é sobre a separação Igreja /Estado. É, aliás, a experiência americana de separação Igreja / Estado, ou Poder /Religião, que vai permitir aos padres conciliares ultrapassar o impasse em que estavam no campo da liberdade de culto. No Vaticano II havia uma facção que achava que não devia haver liberdade religiosa (para os não católicos). Mas a experiência americana da separação, a par com a experiência de bispos de comunidades católicas minoritárias, acaba por enformar o documento. A facção derrotada sobrevive nos lefebvrianos e em alguns católicos fundamentalistas. O texto sobre John Courtney Murray pode ser lido aqui. E há um blogue só sobre este jesuíta aqui.
O texto sobre Karl Barth intitula-se "Witness to an Ancient Truth" ("Testemunha de uma verdade antiga") e centra-se na ortodoxia radical do teólogo: "Só podemos acreditar nele se acreditarmos na sua ressurreição corporal. Este é o conteúdo do Novo Tetsamento. Somos sempre livres para rejeitá-lo, mas não para modificá-lo, nem para fingir que o Novo Testamento nos diz algo diferente. Podemos aceitar ou recusar a mensagem, mas não podemos mudá-la". O texto pode ser lido aqui.
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