terça-feira, 9 de março de 2010

Os papas maus são bons para a credibilidade da Igreja

Não sei se Leão X foi dos piores papas da história. Houve mais uma série deles a disputar o lugar. Contemporâneo de Lutero, da emergência dos estados nacionais, da descoberta de outros continentes... Leão X viveu mudanças rápidas. Um mundo que já é moderno e uma igreja que, nas suas cúpulas, medieval ou moderna, parece ter esquecido o Evangelho.

Aplica-se bem este texto do irmão jesuíta Guy Consolmagno (“A Mecânica de Deus. Como os cientistas e os engenheiros entendem a religiao”, Publicações Europa-América, pág. 247), tenha sido escrito a pensar em Leão X ou não:


“É claro que entre todos os tolos do Vaticano de hoje não há nada de semelhante à incrível fileira de patifes que pulularam na História da minha Igreja. Podem discordar o que quiserem dos pontífices mais recentes, mas não há dúvidas de que pelo menos tentaram ser Homens de Deus, tentando sinceramente fazer aquilo que lhes parecia ser a vontade de Deus. É mais do que poderíamos dizer de muitos outros pontífices da História, a quem não confiaria as chaves do meu automóvel, quanto mais as chaves do Reino dos Céus. E mesmo assim, a Igreja e as suas doutrinas sobreviveram, de algum modo. Eu estou a brincar um pouco (menos de um pouco) quando digo que esta é a derradeira prova da existência de Deus, e um milagre que só Deus poderia ter conseguido”.

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