Um pobre velho reza com fervor. Para sua grande surpresa, o rabino apercebe-se, ao se aproximar dele, que ele recita simplesmente o alfabeto. Dirige-se ao homem e este explica-lhe: “Sabe, rabino, eu sou um pobre homem sem grande instrução, sem grande inteligência e tenho receio de desagradar ao meu criador. Assim, eu ofereço-lhe todas as letras do alfabeto para que ele próprio se sirva e componha a oração que ele gostaria de ouvir”.
Christiane Singer (1943-2007)
(Na entrevista no Youtube, Christiane Singer, uma “cristã de sensibilidade oriental”, não conta a história acima citada, mas fala de ateus com profundidade, da necessidade de um novo Decameron – o primeiro tinha histórias eróticas contadas por pessoas que fugiam da peste para o campo; o novo, também de pessoas que fogem da cidade para o campo, há ter histórias sobre Deus, sobre as convicções espirituais de cada um –, da dimensão religiosa do ser humano, do diálogo entre Cristo e o grande inquisidor – Dostoiévski outra vez –, a conspiração contra o Espírito...)
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