Castelo de Montaigne e, à direita, a torre-biblioteca referida no texto
Montaigne “preferia passar o seu tempo numa biblioteca circular no terceiro piso de uma torre num dos cantos do castelo: «Passei aí a maior parte dos dias da minha vida, e grande parte das horas de cada dia».
A biblioteca tinha três janelas (com aquilo que Montaigne descrevia como vistas «esplêndidas e ilimitadas»), uma mesa de trabalho, uma cadeira e, dispostos em três prateleiras de estantes em semicírculo, cerca de mil livros de filosofia, história, poesia e religião. Foi aqui que Montaigne leu Sócrates («o homem mais sábio que alguma vez existiu») dirigindo-se energicamente aos impacientes jurados de Atenas, numa edição latina de Platão traduzida por Marsílio Ficino; foi aqui que leu a visão de Epicuro sobre a felicidade na obra de Diógenes Laércio Vidas, e na De Rerum Natura de Lucrécio, editada por Denys Lambin em 1563; e foi ainda aqui que ele leu repetidas vezes Séneca (um autor «espantosamente adaptado ao meu estado de espírito») num novo conjunto dos seus trabalhos impresso em Basileia em 1557”.
Alain de Botton, "O Consolo da Filosofia" (ed. D. Quixote), pág. 140-1
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