Leio no “Público” de hoje, no “Ípsilon”: “Um norte-americano, Timothy Verdon [na foto], foi a Itália anunciar que a arte cristã tem de ser recontextualizada. Em 1200 páginas, explica que a liturgia é a nova chave de leitura e recorda que, na história do Cristianismo, são as imagens que levam «directamente à experiência da fé»”.
O artigo chama-se “Temos de reler toda a história da arte cristã” e é escrito por António Marujo.
Confesso alguma perplexidade com a tese do norte-americano e vai ser leitura nocturna, hoje, o texto do “Público”, novamente, porque a primeira leitura foi por alto, e o que mais encontrar sobre Timothy Verdon, que tem um sítio, aqui – e não foi propriamente a Itália, porque vive lá há 40 anos, em Florença, onde é responsável pela catequese e pela arte diocesanas, como se diz ao longo do texto. É padre.
Perplexidade porque, sabendo que há diferenças entre arte sacra e arte religiosa, sabendo que estas diferenças têm nuances consoante a época história, acho espantoso que alguém apresente como novidade que a liturgia é chave para ler a arte cristã. Como poderia não ser, se muita da arte é arquitectura dos templos, se muita da pintura está nos altares e nas cúpulas? Basta entrar na Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima - para dar só o exemplo mais recente. Provavelmente, não estou a perceber alguma coisa. É claro que a liturgia mudou muito e com isso talvez se tenham perdido algumas chaves de leitura. Mas mesmo assim…
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