quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Humanismo sem Deus é desumanismo

Na encíclica sobre o desenvolvimento “Caritas in veritate”, Bento XVI diz que “o ser humano não é capaz de gerir sozinho o próprio progresso, porque não pode por si mesmo fundar um verdadeiro humanismo”.

Entende o Papa que o verdadeiro humanismo funda-se, afinal, em Deus, no Absoluto, que, segundo a revelação cristã, encarnou na humanidade em Jesus Cristo. Porque Jesus Cristo é homem, o cristianismo é um humanismo – podemos resumir assim a questão.

“A maior força do desenvolvimento é um humanismo cristão que reavive a caridade e que se deixe guiar pela verdade, acolhendo uma e outra coo dom permanente de Deus”, diz Bento XVI (CV, 78).

Curiosamente, a Europa a os EUA entendem “humanismo” e “humanista” de forma diferente, pelo menos na cultura popular. Nos EUA os “humanistas” são ateus. Se incluírem Deus nas suas visões, deixam de ser humanistas. Na Europa, não se entende um cristão sem ser humanista. Daí que haja humanismo ateu e humanismo cristão.

Mas não são a mesma coisa, pelo que Bento XVI afirma: “O humanismo que exclui Deus é um humanismo desumano”.

Um “humanismo desumano” é um oximoro. Mas sabemos bem que depois da morte (filosófica e cultural) de Deus veio a morte (filosófica e cultural) do ser humano. O humanismo sem Deus é desumanismo.

Na questão do desenvolvimento, Bento XVI acrescenta: “O fechamento ideológico a Deus e o ateísmo da indiferença, que esquecem o Criador e correm o risco de esquecer também os valores humanos, contam-se hoje entre os maiores obstáculos ao desenvolvimento”.

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