quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A República e a liberdade religiosa - III

O Episcopado e o clero é que fizeram a verdadeira separação do Estado e da Igreja em 1911 e não o governo republicano - diz o padre João Seabra na sua tese de doutoramento, agora transformada em livro.

Em “O Estado e a Igreja em Portugal no início do séc. XX”, este teólogo revela a perseguição a que a Igreja foi sujeita durante a I República e a forma como resistiu e ultrapassou as pressões políticas da época.

A implantação da República, em Outubro de 1910, significou para a Igreja portuguesa o intensificar de uma perseguição que já se fazia sentir nos últimos tempos das Monarquia.

Nos primeiros 6 meses várias medidas foram tomadas, mas o culminar da acção do então Ministro da Justiça Afonso Costa foi a publicação da lei da Separação do Estado das Igrejas, a 20 de Abril de 1911.

Através desta legislação, o Estado impunha uma série de condições às Igrejas, sobretudo à católica. A Lei intitulava-se da “Separação”, mas para o Padre João Seabra, era antes de sujeição da Igreja ao Estado. A sua teoria, defendida na tese de doutoramento agora transformada em livro, é que quem realmente fez a separação foram o clero e o episcopado.

Além da perseguição directa aos membros da Igreja Católica, as novas regras, nomeadamente, o Código do Registo Civil , também serviram para afastar os fiéis. Baptismos, casamentos e funerais passaram a ser possíveis apenas depois do acto ser registado civilmente, refere o padre João Seabra. Fonte: Ecclesia. Ler mais...

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