Luis de Molina (Cuenca, Espanha, 1535 – Madrid, 1600), jesuíta desde os 18 anos, estudou Teologia em Coimbra e ensinou Leis, Teologia e Filosofia, primeiro na Universidade de Évora e depois em Madrid, onde morreu.
Molina é um dos mestres da escolástica ibérica, influente no entendimento da relação entre liberdade e graça (conjuga Agostinho e Tomás), numa época em que o pessimismo antropológico luterano começa a sentir-se e a predestinação calvinista e o jansenismo estão prestes a chegar. É mais um dos que procuram o equilíbrio católico. Um dos seus livros, publicado em quatro volumes em Lisboa, em 1588, intitula-se, precisamente, “De liberi arbitrii cum gratiae donis, divina praescientia, praedestinatione et reprobatione concordia”. Ou simplesmente “Concordia”.
Molina é igualmente importante no capítulo do direito internacional devido à obra “De Justitia et Jure opera omnia”, onde aborda a escravidão (que considera legítima, quando salvaguardadas algumas condições – o que já é um avanço para a época), a liberdade, a intervenção do Estado.
O pensamento de Molina é relevante, ainda, porque afirma explicitamente a teoria subjectiva do valor, muito antes dos pensadores ingleses e escoceses do séc. XVIII (David Ricardo, Adam Smith...). Molina é um liberal.
Há cada vez mais vozes que dizem que o direito internacional e as teorias da economia de mercado nasceram na Ibéria dos Descobrimentos (no últimos 20 anos de vida de Molina, Portugal estava sob o poder dos Filipes; e continuaria a estar mais quarenta anos), devido a Molina e a alguns outros. Tudo se passava entre Coimbra, Évora e Salamanca, importantes centros de jesuítas e dominicanos.
O pensamento de Luis de Molina interessa hoje a filósofos, teólogos e economistas.
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