quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Bento XV e a Grande Guerra


Bento XV estava acertadamente convencido de que o império austro-húngaro podia acabar e quis evitar a queda deste baluarte do catolicismo, que fazia fronteira com os ortodoxos e os muçulmanos. A imprensa e os políticos anglo-saxónicos acusaram-no de simpatias ideológicas pela causa dos impérios centrais, enquanto os diplomatas austríacos se queixavam de que os ortodoxos, os anglicanos e os ateus franco-maçons dos países latinos eram mais bem tratados do que eles.

A Santa Sé fez chegar aos países beligerantes uma mensagem com sete pontos e bases de negociação: evacuação do norte da França e da Bélgica; restituição das colónias à Alemanha; negociações com disposições conciliadoras e tendo conta as aspirações do povo; exame da questões de território pendentes entre França e Alemanha, Áustria e Itália, e os problemas relativos à Arménia, aos estados balcânicos e à Polónia; renúncia recíproca das indemnizações de guerra; aceitação de um princípio de liberdade e de utilização conjunta dos mares; desarme simultâneo; instituição da arbitragem internacional obrigatória; restabelecimento da força do direito.

Isto foi em Agosto de 1917. A Alemanha não aceitou porque ainda pensava que poderia ganhar a Guerra. Os Aliados não aceitaram porque, com a entrada dos EUA em Abril de 1917, pensavam que poderiam ganhar a guerra. E ganharam. A seguir, Wilson (presidente dos EUA) e Sonino (presidente do governo italiano), negociaram a exclusão da Santa Sé da futura conferência de paz. (Apontamentos baseados em Juan María Laboa, “Los Papas de Siglo XX”, BAC).

O resto da história já se sabe. Os Aliados humilharam a Alemanha em Versalhes e em 1933 Hitler subiu ao poder.

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